Ao mesmo tempo em que, por todo o País, as organizações do Partido ultimavam a preparação das primeiras acções da campanha nacional «Com o PCP, lutar contra as injustiças, exigir uma vida melhor», Jerónimo de Sousa participou ontem, Sábado, em Tomar, numa sessão pública de solidariedade com os trabalhadores com graves problemas sociais - o lançamento, no terreno, desta campanha que, até ao final de Março, estará nas empresas e nas ruas de todo o País. Na ocasião, o Secretário-geral do PCP garantiu que os comunistas empenharão, como até aqui, «todas as suas forças» na luta contra o desemprego, a precariedade e os baixos salários. Fenómenos que, afirmou Jerónimo de Sousa, não só afectam quem os enfrenta directa ou indirectamente mas prejudicam o próprio País. Com os actuais 700 mil desempregados, realçou, a economia nacional vê-se privada de 20 mil milhões de euros anuais.Com esta campanha, adiantou Jerónimo de Sousa, o PCP pretende esclarecer e mobilizar os trabalhadores e a população para a necessidade de lutar por uma nova política, que garanta o pleno emprego, a valorização dos direitos dos trabalhadores e o aumento dos salários e pensões.
Precisamente o oposto daquilo que está a ser preparado entre o PS e os partidos da direita para o Orçamento de Estado. O que está em preparação, denunciou, é um orçamento que prossiga e agrave os sacrifícios para ostrabalhadores e permita o aumento dos lucros e dos benefícios para o grande capital. «Em 2009, os cinco maiores bancos a actuar em Portugal obtiveram lucros de 5,5 milhões de euros por dia.
Reafirmando a sua convicção de que o «nem o País está condenado ao atraso nem o povo está condenado a uma vida pior», Jerónimo de Sousa manifestou a convicção de que «será a luta a determinar a ruptura com a política de direita e a impor uma nova política». Nesta luta, garantiu, «podem contar com o PCP».
Antes, Rui Aldeano, do Comité Central e dirigente regional do Partido, tinha já alertado para a difícil situação que se vive no distrito, marcada pelos encerramentos de empresas, o aumento da exploração e as dramáticas condiçõesde vida de muitos trabalhadores. O caminho é «resistir e lutar corajosamente», afirmou. Como têm feito, aliás, os trabalhadores de muitas das empresas do distrito de Santarém.
A sessão começou precisamente a dar voz a estes trabalhadores. Que, com a sua luta, resistem aos desmandos patronais e à indiferença governamental. António Basílio, da Comissão Sindical da IFM Platex, destacou a longa e dura luta dos trabalhadores desta empresa em defesa dos postos de trabalho, contra o encerramento: «queremos trabalhar e queremos produzir, não queremos engrossar as longas listas de desempregados.» Segundo o sindicalista, não foram muitas as portas que se abriram às suas reivindicações - se o Ministério da Economia prometeu intervir em 11 de Dezembro (sem que até agora tivesse surgido qualquer medida concreta), o Ministério do Trabalho ou a Comissão Parlamentar do Trabalho nem sequer recebeu os trabalhadores. O PCP apresentou já um requerimento ao Governo sobre a situação da empresa,que exporta 60 por cento do que produz.
Francisco Lopes, da *João Salvador*, denunciou os 11 meses de salários em atraso e o envio de máquinas desta empresa para Angola.
IN www.pcp.pt