segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

SITUAÇÃO DAS EMPRESAS NO CONCELHO DE T. NOVAS EM FINAIS DE 2012
 
Metalúrgica Coelhos - Pagamento de salários de forma irregular e com atrasos. A meio de Dezembro ainda não tinham recebido o mês de Novembro. Empresa do ramo da metalomecânica com significativa projecção na construção de estruturas em aço perfilado.
 
Câmara Municipal de T. Novas - Tem vários processos em tribunal porque ao fim de 6 anos de contrato rescindiu com as trabalhadoras que estavam nas escolas e não lhes pagou a indemnização devida.
 
Fialho Ferro - Trabalhadores com salários em atraso. Face ao incumprimento a alternativa tem sido o despedimento após suspensão do contrato de trabalho. Empresa da área da publicidade e atividades correlacionadas com cerca de 30 trabalhadores.
 
Finelines Trading - Empresa da área das limpezas. Presta serviços na Escola da PSP. A meio de Dezembro tinha dois meses de salários em atraso.
 
CMG - Cerâmicas - Há vários anos sempre com salários e subsídios em atraso.
 
Montebravo (carnes) – Tudo leva a crer que as duas empresas que laboram no espaço da Montebravo terão agido de forma concertada: uma - a Montalvo - terá aliciado as trabalhadoras da Ibérica a despedirem-se para ingressarem no seu quadro de pessoal. Ainda no período de experiência despediu-as todas. Conclusão: não receberam indemnização nem da Montalvo nem da Ibérica.
 
PTN - Pré-Fabricados de Betão - Encerrada - 70 trabalhadores no desemprego.
 
GCT - Em processo de insolvência.
 
Ponto Fresco - Em processo de insolvência.
 
Infantário “Beira Rio” - Salários em atraso.
 
Esta é a informação que circula e que é do conhecimento do PCP. Não se referem os múltiplos estabelecimentos do comércio tradicional dado que o seu encerramento, de tão frequente, torna difícil a sua contabilização. Em muitíssimas situações o sofrimento de quem trabalha é semelhante ao de quem emprega. Uns e outros o mesmo destino os congrega: acabar com a troika lutar por um governo patriótico e de esquerda.
A VERDADE INCOMODA!
 
E muito dizemos nós!
 
Assim foi ao longo dos séculos!
Cada passo no caminho da “luz”, da emancipação e do bem estar coletivo custaram a liberdade e a vida a milhões de seres humanos que, ao longo dos séculos, arrostaram contra tiranos e déspotas de vários matizes o preço de lutarem pela verdade.
 
Em Portugal também assim foi. Nela se empenharam Portugueses de várias origens e classes sociais mas, de entre todos, foram os comunistas e o PCP que de forma mais eficaz e organizada empreenderam o combate. Sangue suor e lágrimas foi o preço dessa luta que em 25 de Abril de 1974 emergiu triunfante pela mão de militares patriotas! Hoje a luta continua e, tal como no passado, os comunistas estão na primeira linha. Com a sua ação denunciam os atropelos cometidos sobre quem trabalha e produz: nomeadamente os roubos, as ilegalidades e a total falta de respeito cometidos por quem se sente protegido pela política de terror posta em prática pelas troikas externas e internas.
 
A tentativa de nos calarem não resultou no passado nem resultará no presente. A mão cobarde que pela calada pretendeu boicotar a denúncia contida no Placard do PCP não terá êxito. A mesma circula já em dezenas de “volantes” distribuídos em vários locais do concelho podendo ainda ser lida no Blog do PCP. Como diz o Poema: “Nós vimos incomodar, trazemos palavras como bofetadas e é inútil mandarem-nos calar!"
PELO CONCELHO
HÁ OUTRA SAÍDA

Não sendo crível que a crise tenha fim a curto e médio prazo continuam portanto sem resolução e, nalguns casos a agravarem-se, os problemas existentes em muitas das empresas do concelho. A maior parte são micro e pequenas empresas que apanhadas no turbilhão da expiral recessiva se vêm confrontadas com dificuldades tão inultrapassáveis que á única hipótese é fecharem portas.

A luta destes micro, pequenos e médios empresários confunde-se regra geral com a daqueles que nas suas empresas trabalham. Começa hoje a ser claro para muitos que não são os salários que aqueles recebem que contribui e os conduz ao beco sem saída em que nos encontramos.

O problema reside precisamente no oposto. Os níveis de empobrecimento para onde estão a ser empurrados largos setores da sociedade portuguesa são o resultado duma política de baixos salários, da aposta sem controle nas grandes superfícies comerciais que arruinaram o comércio de proximidade e fizeram desaparecer postos de trabalho aos milhares, da desregulamentação dos horários de trabalho numa lógica concorrencial absolutamente impossível de ser acompanhada, do aumento incomportável do IVA, da eletricidade, dos combustíveis e do IMI. A todo isto adicione-se o desmantelamento de amplos setores da economia portuguesa e o caldeirão fica pronto para a comida que agora nos querem impor.

Passear pelo Centro da Cidade dá-nos uma visão do problema. Comércio pobre, lojas encerradas e poucos clientes.

Renegociar a divida, os prazos e os juros, apostar na economia nacional, rever a carga fiscal sobre empresas, trabalhadores e bens, controlar os custos da eletricidade e dos combustíveis são passos decisivos que libertarão Portugal não só da tutela externa mas também da política de rapina e saque a que o Governo do PSD/CDS nos tem conduzido.
 
Rodoviária do Tejo. A luta continua!
 
A luta dos trabalhadores da Rodoviária do Tejo efetuadas a Administração apresentou uma proposta que no essencial não altera o  que já anteriormente tinha sido alvo de rejeição por parte dos trabalhadores. Como resultado encontra-se já marcado um novo período de paralisações que se inicia a 28 de Fevereiro e termina a 6 de Março no período compreendido entre as 3,00 às 10,00 horas da manhã. Num Grupo onde mais de 40 trabalhadores têm os ordenados penhorados não podem os mesmos aceitar a eliminação do abono relativo a “agente único” a obrigatoriedade de limpeza e lavagem do autocarro, a eliminação do complemento de baixa e reforma, a obrigatoriedade de efetuarem a venda de títulos e passes, a ampliação do intervalo de refeição para 4 horas mantendo o trabalhador amarrado horas sem fim à empresa bem como a ampliação da área do local de trabalho de 2 para 15 Km com forte implicações nas remunerações devidas a título de deslocação. Basta de escravidão! P’rá frente com a luta!
 
Um caso real…
 
O que a seguir se relata sucedeu num estabelecimento muito perto de T. Novas cujo nome aqui se não revela para não atingir quem nele tem a sua atividade quotidiana. Então aí vai…

Trabalhando sempre mais horas do que as contratualmente regulamentadas pelo respetivo acordo os empregados da empresa em questão nunca reclamaram o que lhes era devido. Submissão e cedências nunca deram bons resultados como a experiência comprova.

Como se tal não bastasse a entidade patronal – provavelmente também em dificuldades – entendeu que o mais simples era malhar nos que estavam mais à mão e, vai daí, informou que a partir de Fevereiro os ordenados seriam alvo dum corte generalizado. Como se tal não bastasse a uma trabalhadora cuja aptidão física para o trabalho nunca tinha sido questionada informou-a de que se encontrava “muito doente” e, consequentemente, deveria assinar os papéis para a reforma coisa que, aliás, já teria até tratado. A um outro trabalhador de idade mais avançada pretendeu fazer um acordo, mas como este recusou “assinar” por não saber ler nem escrever não esteve com meias medidas e zás …despediu-o!

Porque os problemas servem também de reflexão e aprendizagem, os trabalhadores – com a ajuda do Sindicato – elegeram já um Delegado Sindical e, os abusos cometidos pela entidade patronal, estão já a ser tratados por estruturas representativas dos trabalhadores! Como muitas vezes temos repetido é altura dos micro, pequenos é médios empresários perceberem que estas atitudes só os prejudicam e em nada favorecem as suas empresas.

PELA REGIÃO

Ao nosso conhecimento chegaram entretanto informações acerca de problemas noutras empresas da região
Jornal “Cidade de Tomar” – A meio de Dezembro tinha seis meses de salários em atraso.
Roda Portugal – Tem dois trabalhadores suspensos quase há um ano os quais mantêm todavia o salário sem que lhe seja distribuída qualquer tarefa.
Círculo Luminoso – Há mais de um ano sempre com salários em atraso. Ao longo do tempo os trabalhadores têm suspendido o contrato e apresentado a sua demissão. Empresa na área dos Reclamos Luminosos.
Base Mini Preço - Tendo aumentado os salários dos funcionários discriminou sem motivo nem razão alguns trabalhadores entre os quais o Delegado Sindical numa lógica de represália e medo contra quem ousa, de forma organizada, erguer a voz contra a prepotência e exploração.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013


O MUNDO DO TRABALHO
 
São poucas as empresas que, no concelho de Torres Novas, se podem classificar como grandes. O universo de quem produz nos vários domínios da atividade segue o padrão geral do País isto é são micro, pequenas ou médias empresas. A asfixia motivada pelo descalabro económico a que a Troika externa e interna conduziram o país leva a que todos sofram: em primeiro lugar quem nesse tipo de empresas trabalha. Salários em atraso, reduções nos mesmos, incumprimento da lei e, no final, quando tudo já é irremediável, o aterrorizador despedimento muitas vezes sem qualquer compensação. Mas sendo certo que isto acontece com o trabalhador assalariado sucede também muitas vezes com o proprietário e patrão que, ao longo do tempo, começa por ver as vendas a estiolarem e, a dada altura, se apercebe que não tem outro remédio que não seja fechar portas. Trabalhando muitas vezes lado a lado com o empregado segue frequentes vezes as pisadas deste fechando negócios de família – muitas vezes com dezenas de anos de existência. Podendo ficar melhor sabe-se todavia que muitos ficam em circunstâncias igualmente desfavoráveis. É por conhecer estes factos há muitos anos que o PCP não se cansa de afirmar que a luta das micro, pequenas e médias empresas se confunde com os interesses mais gerais dos trabalhadores e que, nos tempos que correm, é ao seu e nosso lado que se devem posicionar. Da luta dos trabalhadores damos abaixo alguns exemplos do que se vai passando pelo Concelho:


RODOVIÁRIA DO TEJO
Estão em luta centenas de trabalhadores da área do movimento desta empresa de transportes. Lutam pela reposição do valor do pagamento do trabalho extraordinário, pela negociação e revisão do Acordo de Empresa e pela anulação de processos disciplinares aplicados a trabalhadores. A R. do Tejo é uma empresa do Grupo Barraqueiro e Transdev com lucros de muitos milhares de euros e que, à semelhança de outros da sua dimensão, mais não pretende do que vergar os trabalhadores à condição de gente submissa tal como ordenaram a troika externa e interna.




LUZ & IRMÃO
Esta empresa encontra-se atualmente com mais de cinco salários em atraso. Conta com dezenas de trabalhadores no ativo. Dedica-se fundamentalmente ao transporte de mercadorias e é uma referência no Concelho de T. Novas.