segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

PELO CONCELHO
HÁ OUTRA SAÍDA

Não sendo crível que a crise tenha fim a curto e médio prazo continuam portanto sem resolução e, nalguns casos a agravarem-se, os problemas existentes em muitas das empresas do concelho. A maior parte são micro e pequenas empresas que apanhadas no turbilhão da expiral recessiva se vêm confrontadas com dificuldades tão inultrapassáveis que á única hipótese é fecharem portas.

A luta destes micro, pequenos e médios empresários confunde-se regra geral com a daqueles que nas suas empresas trabalham. Começa hoje a ser claro para muitos que não são os salários que aqueles recebem que contribui e os conduz ao beco sem saída em que nos encontramos.

O problema reside precisamente no oposto. Os níveis de empobrecimento para onde estão a ser empurrados largos setores da sociedade portuguesa são o resultado duma política de baixos salários, da aposta sem controle nas grandes superfícies comerciais que arruinaram o comércio de proximidade e fizeram desaparecer postos de trabalho aos milhares, da desregulamentação dos horários de trabalho numa lógica concorrencial absolutamente impossível de ser acompanhada, do aumento incomportável do IVA, da eletricidade, dos combustíveis e do IMI. A todo isto adicione-se o desmantelamento de amplos setores da economia portuguesa e o caldeirão fica pronto para a comida que agora nos querem impor.

Passear pelo Centro da Cidade dá-nos uma visão do problema. Comércio pobre, lojas encerradas e poucos clientes.

Renegociar a divida, os prazos e os juros, apostar na economia nacional, rever a carga fiscal sobre empresas, trabalhadores e bens, controlar os custos da eletricidade e dos combustíveis são passos decisivos que libertarão Portugal não só da tutela externa mas também da política de rapina e saque a que o Governo do PSD/CDS nos tem conduzido.
 
Rodoviária do Tejo. A luta continua!
 
A luta dos trabalhadores da Rodoviária do Tejo efetuadas a Administração apresentou uma proposta que no essencial não altera o  que já anteriormente tinha sido alvo de rejeição por parte dos trabalhadores. Como resultado encontra-se já marcado um novo período de paralisações que se inicia a 28 de Fevereiro e termina a 6 de Março no período compreendido entre as 3,00 às 10,00 horas da manhã. Num Grupo onde mais de 40 trabalhadores têm os ordenados penhorados não podem os mesmos aceitar a eliminação do abono relativo a “agente único” a obrigatoriedade de limpeza e lavagem do autocarro, a eliminação do complemento de baixa e reforma, a obrigatoriedade de efetuarem a venda de títulos e passes, a ampliação do intervalo de refeição para 4 horas mantendo o trabalhador amarrado horas sem fim à empresa bem como a ampliação da área do local de trabalho de 2 para 15 Km com forte implicações nas remunerações devidas a título de deslocação. Basta de escravidão! P’rá frente com a luta!
 
Um caso real…
 
O que a seguir se relata sucedeu num estabelecimento muito perto de T. Novas cujo nome aqui se não revela para não atingir quem nele tem a sua atividade quotidiana. Então aí vai…

Trabalhando sempre mais horas do que as contratualmente regulamentadas pelo respetivo acordo os empregados da empresa em questão nunca reclamaram o que lhes era devido. Submissão e cedências nunca deram bons resultados como a experiência comprova.

Como se tal não bastasse a entidade patronal – provavelmente também em dificuldades – entendeu que o mais simples era malhar nos que estavam mais à mão e, vai daí, informou que a partir de Fevereiro os ordenados seriam alvo dum corte generalizado. Como se tal não bastasse a uma trabalhadora cuja aptidão física para o trabalho nunca tinha sido questionada informou-a de que se encontrava “muito doente” e, consequentemente, deveria assinar os papéis para a reforma coisa que, aliás, já teria até tratado. A um outro trabalhador de idade mais avançada pretendeu fazer um acordo, mas como este recusou “assinar” por não saber ler nem escrever não esteve com meias medidas e zás …despediu-o!

Porque os problemas servem também de reflexão e aprendizagem, os trabalhadores – com a ajuda do Sindicato – elegeram já um Delegado Sindical e, os abusos cometidos pela entidade patronal, estão já a ser tratados por estruturas representativas dos trabalhadores! Como muitas vezes temos repetido é altura dos micro, pequenos é médios empresários perceberem que estas atitudes só os prejudicam e em nada favorecem as suas empresas.

PELA REGIÃO

Ao nosso conhecimento chegaram entretanto informações acerca de problemas noutras empresas da região
Jornal “Cidade de Tomar” – A meio de Dezembro tinha seis meses de salários em atraso.
Roda Portugal – Tem dois trabalhadores suspensos quase há um ano os quais mantêm todavia o salário sem que lhe seja distribuída qualquer tarefa.
Círculo Luminoso – Há mais de um ano sempre com salários em atraso. Ao longo do tempo os trabalhadores têm suspendido o contrato e apresentado a sua demissão. Empresa na área dos Reclamos Luminosos.
Base Mini Preço - Tendo aumentado os salários dos funcionários discriminou sem motivo nem razão alguns trabalhadores entre os quais o Delegado Sindical numa lógica de represália e medo contra quem ousa, de forma organizada, erguer a voz contra a prepotência e exploração.